Desta vez não queria perder o comboio, então fui ainda cedo para a estação com uma hora de antecedência. Aproveitei para beber uma cola relaxadamente enquanto via o tempo passar... Quando faltava menos de 10 minutos comecei a achar estranho não ver em qualquer sitio uma indicação sobre o comboio que iria apanhar! Mais uns minutos e nada! Resolvi então perguntar ao que me respondem que o comboio não partiria daquela estação mas sim de outra em Agra! Aqui foi o pânico tinha menos de 7 minutos corri para fora da estação e fui ter com um condutor de rickshaw expliquei o que se passava ao que ele me responde que eram 8 Km lol!!! perante isso desisti sai da mota e caminhei enquanto o motorista vem atrás de mim e diz que consegue que é possível... sem nada a perder lá aceito. Aqui começa a loucura de um condutor perfeito que me fez ter alguns ataques cardíacos... Ora já sabem como é o trânsito na India, agora imaginei uma hora de ponta... centenas de pessoas e motas e carros e lá pelo meio um condutor a fazer lembrar uma persseguição do James Bond sempre a abrir sem parar, sempre a buzinar... Ele as bicicletas dava um chega para lá na roda de trás e passava ia quase sempre em sentido contrário muitas vezes fazendo grandes tangentes... enfim como tinha dito temi por algo pior!!! Não sei como combinei pagar o dobro da viagem se conseguisse chegar lá a horas... apenas sai e corri pergunto pelo comboio e informam-me que é do outro lado da plataforma... claro aqui entra o Pedro versão indiana seguindo outras pessoas entre no comboio pelo lado contrário quando este começa então a sua viagem... Que aventura!
Lá procurei o meu lugar e qual é o meu espanto que estava ocupado! Explicando a situação perante uma família que não falava inglês... comecei então a perceber que o meu lugar era ao lado de uma rapariga e o pai não estava muito contente com a situação... perante o mau estar achei melhor sentar-me noutro lugar! Nos primeiros kms da viagem eu nem sequer podia olhar para a rapariga pois tinha sempre o pai dela a olhar para mim e a fazer um sorriso do género "Estás a olhar pa minha filha, tás tás!!!" lol Bem aproveitei o facto de estar no seio de uma família indiana para tentar praticar algum do meu indiano (ou seja nenhum). Em conjunto com a biblia (lonely planet) lá disse aquelas primeiras palavras, olá como te chamas, e como estás! Quebrei todo o gelo e estava agora toda a gente bem disposta! Havia uma séria tentativa de comunicação entre estas duas culturas tão diferentes sem partilharem a mesma língua! Comecei então a sentir a verdadeira simpatia do povo indiano...
Khen Singh assistente de condução de comboios estava encantado com a minha simpatia chegou a emprestar-me o seu telemóvel para eu ligar a minha família! Lá lhe expliquei que não era necessário pois eu havia enviado um email. Nesta altura já a filha estava sentada ao meu lado e não havia qualquer dúvida de más intenções por qualquer das partes. Cada vez que tirava alguma coisa da mala os olhos desta família esbogalhavam-se de curiosidade! Interessaram-se pelo livro que trazia e pelas imagens... Senti aqui uma inocência sincera de alguém que não sabe mais do que lhe dão a conhecer. Depois de 5 horas de viagem chegamos ao destino, Khen Singh dá-me então boleia na sua moto até ao centro da cidade, indica-me um hotel mas o preço era superior ao que estava disposto a pagar (ele ainda tentou negociar mas nada feito).
Khen Singh e em baixo o seu amigo maquinista!
Mal chegado ao hotel e este até tinha bom aspecto (de exterior) mas de interior deixava um pouco a desejar.
Ainda nem tinha acabado o check-in e já havia conhecido Martin, um francês que viajava à 17 meses por todo o Mundo. Falamos de variadas coisas inclusíve de viagens e combinamos que voltariamos a econtrarmo-nos lá mais para a frente.
Acordei cedo e aproveitei para passear pela cidade de Jaipur. Jaipur é uma cidade gigante de negócio... são ruelas e ruelas de negócios como que uma favela de lojas! Desde lojas grandes e modernas até às mais pequenas e sem condições aqui pode-se encontrar de tudo.
Mas o que queria conhecer nesta zona era o famoso forte de Amber nos arredores de Jaipur. Achei que a viagem seria mais agradável apanhando um autocarro local... e assim foi uma aventura divertida onde tomei de assalto a dianteira do autocarro onde dois rapazes me olhavam curiosos pois nunca deveriam ter visto tal coisa. Ao contrário de perigo sinto precisamente o contrário as pessoas ficam contentes por dizerem olá e sorrirem... é incrível como conseguimos contagiar alguém apenas com um sorriso!
Pelo caminho passamos também por camelos e elefantes domesticados para o turista! Não gostei do que vi...
Chegado ao forte visitei então o magnífico palácio de Amber.
Aproveitei para encantar uma cobra... ao som de uma boa balada.
No entanto cá de baixo havia observado outro forte no topo da montanha falei com Mani um aspirante a guia e combinamos que me levaria até lá em cima! Sigo então na sua mota subindo o caminho até ao forte.
Lá de cima e com pouca bateria na máquina fico com pena de não poder deixar mais registos de um magnífico forte que havia sido contruído para alojar a familia do palácio no caso de alguma guerra. Estamos a falar do século 16/17 um bom conjunto de anos a contruir uma evolução expectacular. Havia um sistema de refrigeração do forte que funcionava a água e ar! Nada mecânico, ou então uma fábrica de fazer canhões movida a elefantes! Achei este forte de cima ainda mais expectacular do que o palácio com a diferença que neste não se vêm muitos turistas e os poucos indianos olham-nos com admiração.
No museu finalmente encontrei um registo de Portugal... um mapa eheh. É uma tristeza mas ninguém sabe que Portugal descobriu o caminho para a India!!!
Jaipur em si não tem nada de especial trantado-se de uma grande cidade... em contrapartida este forte marca pontos extra e vale, sem dúvida que visita até Jaipur.
O registo da churrascada local.
Por volta da meia noite parti uma vez mais para mais uma cidade... em busca de novas aventuras!
